Encantado – Final feliz? (Ep. de Halloween III)
Mishael Mendes/ Inversível

Encantado – Final feliz? (Ep. de Halloween III)

#episodioanterior

Quando tudo parecia mergulhado nas trevas da inexistência, eis que uma luz – na verdade, foi uma voz do além mesmo – surge e faz Derry despertar do sono que queria carregar sua existência pro beleléu, o impedindo de continuar a missão – qual era mesmo?

Enfim, depois de conseguir acordar e derrubar aquele bando de mato chato, Derry encontrou a casa de Adie, mas o pior ainda estava por vir – até porque se tivesse vindo antes você já tinha parado de ler – e nosso herói encantado descobre o que realmente aconteceu com a cremosa.

Acompanhe a minissérie » EP 01EP 02EP 03EP 04EP 05EP 06Ep. de Halloween IEp. de Halloween IIEp. de Halloween III [12/11]


O coração começou a acelerar, talvez Derry nunca tivesse ficado tão nervoso quanto estava naquele momento, ao se afastar de Adie – nem mesmo o primeiro beijo tinha sido tão tenso assim, agora um reles selinho o deixava a ponto de suar, enquanto mal dava conta de respirar direito.

Os pais dela permaneceram sem esboçar qualquer reação, aguardando apenas o resultado do ato, mas por dentro estavam tão ou mais nervosos até mesmo que Derry – aquela era a última chance de ter de volta a filhinha tão preciosa e querida.

— Adie! – Ele ficou espantado ao abrir os olhos e vê-la sorrindo pra si.

Ela então entrelaçou os braços no pescoço dele e o puxou pra si, dando maior beijaço.

— Minha Adie, você acordou! – Sem poder se conter, Deepak quebrou o clima.

— Pai? – Ela olhou surpresa.

— Como você está se sentido?

— Bem! – Ela ergueu a sobrancelha. – Eu acho…

— E como…?

— Vamos, amor, depois a gente conversa melhor com ela. – Sonie cortou o esposo. – Até logo, filha.

— Até mãe! – Adie acenou, rindo. – Que aconteceu com eles? – Ela voltou os olhos pra Derry. – E… por que cê tá assim no meu quarto? – Ela ficou vermelhinha.

Tudo bem que ela já tinha imaginado isso – até ele vestindo menos roupa – mas uma coisa era fantasiar, outra – bem diferente – era ter Derry apenas de samba-canção a acordando com um beijo.

“Quando os olhos se cruzam acontece mais que troca de olhar, ocorre o encontro de duas almas, onde é possível ver a verdade debruçada na retina.”

— Desculpa! – Ele sorriu encabulado e rapidamente botou o roupão rosa de Adie, jogado na poltrona branca, entre o guarda-roupas e a cama.

— Não! – Ela soltou sem perceber.

— Preocupa não! Não vou rasgar ele, apesar de ter ficado pequeno. – Ele sorriu, fazendo graça ao ver o desespero no olhar de Adie.

Só que o ela quis dizer era que ele não precisava ter colocado nada, a visão estava melhor sem algo pra tapar os músculos definidos dele, mas ela não ia falar isso, estava envergonhada demais.

— Que houve? – Adie sentou na cama.

Sentindo que lhe cabia a responsabilidade de explicar tudo, Derry pôs-se a narrar o que aconteceu a ela e as dificuldades que teve até chegar até ali. O sorriso no rosto de Adie congelou num misto de surpresa, com dúvida e também felicidade, aquilo tudo era incrível demais.

Quando ele terminou de falar, ela levantou e foi até a janela.

— Derry, aqui tem mato alto nenhum. – Ela ergueu a sobrancelha.

— Oi!? – Ele se espantou e se debruçou na janela.

Lá embaixo havia absolutamente nada, a não ser a grama – bem aparada.

“Ué, cadê a neblina?” – O manto branco da morte tinha dissipado total, assim como o horripilante clima que cercava a noite, apenas as nuvens negras permaneciam ocultando o brilho da lua.

— Tem nada aí! – Adie respondeu o questionamento mental dele.

— Eles me cortaram todo! Ó só! – Ele abriu o roupão e a encarou, com olhar de que não estava louco.

Adie se aproximou, as bochechas coraram novamente, e passou a mão pelo peito, abdômen, braços e pernas – ela estava é se aproveitando.

— Derry, sua pele tá sem nada e é bem macia. – Ela sorriu.

— Quê? – Ele tateou o corpo, enquanto os olhos acompanhavam as mãos, sem ver ou sentir nenhum dos cortes. – Espera! – Ele segurou o braço de Adie, de repente.

— Que foi? – Ela ficou assustada.

— Posso não ter corte nenhum, mas cê tem! Que isso no seu pulso? – Ele mostrou pra ela.

— Sei não! Tô vendo agora isso.

— Tá doendo não?

— Não!

— Cê tem opalácia no quintal? – Ele encarou o corte, aquela marca de cicatrização era bem específica.

— Que isso!? – Adie fez careta ao ouvir o nome estranho.

— Um tipo de grama, ela tem vários nomes, minha vó chamava assim porque em noite de lua cheia ela reflete várias cores, pique opala.

— Nunca ouvi falar.

— Posso tocar? – O corte parecia profundo, apesar de estar cicatrizado.

— Pode! – Ela atingiu mais um tom de vermelho, na escala de vergonha.

Delineando os dedos sobre a borda cicatrizada, uma sucessão de flashes, piscando em blackout total, lhe tomaram o primeiro plano do córtex pré-frontal, fazendo-o recordar do último encontra que tiveram.

No banco de trás, Derry carregava algumas mudas de opalácia pra um amigo que estava fazendo uma tese sobre a gramínea, apesar dos benefícios que possuía, podendo ser usada como anestésico mais eficaz e seguro que os disponíveis no mercado – quando manipulado da forma certa – ainda haviam pouquíssimos estudos sobre ela.

Conforme o clima entre ele e Adie esquentou, ela jogou os braços pra trás e acabou cortando o pulso numa das mudas, nisso ela emitiu um som, mas envolvido como estava Derry pensou que fosse um gemido, como ela não disse nada, ficou por isso mesmo.

Foi então que ele se deu conta de que a culpa por Adie ter caído naquele sono, era toda sua, de encantado ele tinha nada. Por sua causa ela ficou daquele jeito e ninguém nunca ia descobrir a causa.

— Após entrar em contato com o sangue, o ativo da oplácia se desfaz quase que instantaneamente, ficando invisível, enquanto age diretamente no sistema nervoso central, de onde se espalha pra todo organismo. – Luck tinha explicado.

— Melhor cê ficar longe de mim! – Derry se afastou, interrompendo os flashes de memória.

— Longe, mas por quê? Se não fosse você, ainda tava dormindo.

“Não! Se não fosse por mim, cê nem tinha ficado assim.”

— Bebê, não sou quem cê pensa. – Derry tinha os olhos apertados de remorso.

— Claro que não! – Ele olhou espantado. – Cê é muito mais que isso! – Adie sorriu de uma forma que o deixou sem jeito total. – Não importa o que aconteceu, apenas que cê tá aqui.

Adie sorriu novamente e segurando o rosto dele, o encarou profundamente, até ele ficar vermelho, então o beijou. Quando os olhos se cruzam acontece mais que troca de olhar, ocorre o encontro de duas almas, onde é possível ver a verdade debruçada na retina.

Ela não tinha exata ideia do que houve, nem onde esteve, apenas que teve muito o que pensar e decidiu que ia aproveitar, fazendo o sentimento bom rolando entre os dois ser eterno pelo instante que perdurava, ao invés de deixar coisas externas impedi-la de curtir aquilo ao máximo.

O beijo deixou Derry sem ar, já Adie parecia ter ainda bastante fôlego, ele se espantou com tanto ímpeto. Depois de como tinham terminado ele não esperou uma recepção dessas.

— Vem cá! – Ela pegou ele pela mão, o puxou pra cama e os beijos se intensificaram.

Adie empurrou o crush, deitando-o e subindo sobre ele foi beijando-lhe o pescoço, o rosto, até chegar os lábios, fazendo a temperatura subir, daí Derry trocou de posição, a envolvendo com os músculos.

— Adie, tem certeza? – Derry estava apreensivo.

— É o que mais quero. – Ela soprou no ouvido dele, o hálito quente o arrepiou todo.

— É que seus pais tão lá embaixo.

— Esquece eles! – Ela arranhou as costas dele, fazendo-o gemer baixinho.

— TOQUE! TOQUE! TOQUE! – Estrondou as batidas na porta, assustados os dois se largaram, ficando deitados lado a lado.

— Tudo bem aí, Adie?

— Tá sim, pai, já vô descer!

— Está bem!

— Bem que te avisei. – Derry cochichou.

— Sim, mas assim é mais gostoso. – Adie riu, inocentemente, e Derry fez o mesmo.

Ele então se equilibrou no braço e ficou admirando-a.

— Que foi? – Adie levantou a sobrancelha.

— Cê parece diferente.

— Diferente, como?

— Mais segura e… mais irresistível.

Adie apenas sorriu e ele lhe deu um beijo.

— Bora? – Ela se pôs de pé.

— Pra onde?

— Qualquer outro lugar comum, outro lugar qualquer.

— Oi?

— Vâmo pra um lugar mais sossegado. – Adie piscou pra Derry.

— Só vâmo! – Ele sorriu.

— Derry, que isso na sua perna?

— Na onde?

— Aqui! – Ela apontou a batata de perna esquerda dele.

— Vixe! Nem sei. – Ele sentou. – Acho que foi na academia, vivo me machucando e nem percebo.

— Cê não vai descer? – Adie quis saber já com a mão na maçaneta da porta.

— Sim, mas pode ir, vô daqui a pouco.

— Ué, por quê? – Então ela viu Derry com as mãos sobre a samba-canção. – Ah, tá! Ainda bem que garotas não têm esses problema. – E saiu rindo.

Respirar fundo fez Derry acalmar e o tempo a mais ali servia pra Adie conversar um pouco com os pais, mas apenas quando se viu só foi que a mente começou a vaguear por toda aquela situação estranha que passou e ele sentiu um coisa, como se algo nele faltasse, uma sensação de vazio nunca sentida.

— Sempre quis saber o que acontecia quando acabava os contos de fadas. Então é esse meu final feliz?

Ao passar a mão sobre o corte as frações de flashes o fizeram recordar que a opalácia que tinha em casa ficava próxima à porta principal, daí como saiu apressado no escuro, acabou se cortando, como a cicatrização era instantânea deu nem pra perceber quando o sangue esfriou.

— Isso explica porque andei vendo tanta coisa louca.

Ao sair no quintal, não havia nada do clima ruim de antes, apenas o céu permanecia fechado. Felizmente o efeito costumava durar poucas horas – dependendo do organismo e da quantidade absorvida.

Já no carro, ele se sentiu melhor e mais disposto – o fato do efeito da opalácia ter passado, somado a companhia de Adie o fez sentir-se animado.

— NÃO! – Adie gritou de repente, assustando Derry.

— Que foi? – Ele paralisou, levantando a sobrancelha.

— Prefiro cê assim. – Ela sorriu, puxando a camiseta das mãos dele.

— E pra onde vâmo? – Ele sorriu, sapeca.

— Tem uma pracinha, duas ruas acima, lá é de boas.

— Perfeito, então! – Derry sorriu e manobrou o carro.

Chegando lá os amassos continuaram de onde haviam parado, como se nem tivessem sido interrompidos. Derry passou a mão por baixo da blusinha de Adie, sentindo a barriga e as curvas dela e foi subindo, até perceber que ela estava sem sutiã, quando ele subiu um pouco mais, ela se afastou.

— Vâmo um pouco mais devagar?

— Tá bem. – Ele sorriu, cheio de dengo.

Adie encostou no peito nu dele e Derry abriu o teto solar, pra admirarem melhor o céu que começava a ficar estrelado, enquanto mantinha Adie o mais próximo possível da si, o contraste de temperaturas era uma delícia só, enquanto a pele dele era bem gelada a dela era quente.

Ele aproveitou pra cheirar o perfumado cabelo e provar o gosto do pescoço dela, beijando atrás da orelha e no lóbulo, o que a deixou ofegante, arrancando alguns gemidos, enquanto ele sorria satisfeito.

Sob o luar, a pele de Adie ficava ainda mais bonita, a luz prateada a deixava linda.

— Vâmo fugir, Derry? – Ela virou de repente, encarando fundo os olhos dele.

— Cê tá falando sério? – Ele riu, levantando a sobrancelha.

— Por que não? A gente podia deixar tudo pra trás e ser feliz.

— Adie, a gente não pode fazer isso. Tenho emprego e cê tem seus pais.

— Derry entenda, minha felicidade tá com você! – Ela o olhou, provocante e lhe mordeu os lábios, enquanto arranhava o braço dele.

— Nossa, pedindo desse jeito, fica difícil resistir. – Ele ficou ofegante.

— Só que cê vai precisar raspar esses pelos.

— Pelos?

— É, cê tinha dito que era lisinho, mas pelo jeito me enganou. – Ela piscou, matreira.

Olhando o próprio peito Derry notou estar todo peludo, então voltou os olhos pro céu e viu a lua cheia.

— Adie, sai do carro!

— Como assim?

— Quero que cê se mande agora! – Ele falou mantendo a calma.

— Cê tá de brinks, né!? – Ela riu.

— Nunca falei tão sério!

— Justo agora? – Ela foi subiu pro colo dele.

— Para! – Ele a empurrou com tudo.

— Calma, Derry! Se você não tava assim era só dizer.

— Perdoa, bebê, não foi minha intenção! – Ele tentou se aproximar, mas Adie se afastou, assustada. – Só preciso que cê dê o fora daqui.

— Tava tão bom, daí, do nada, cê quer que eu vá!? Cê pode ser honesto dessa vez?

— Tudo bem! – Derry respirou fundo. – Adie, não sou o cara que cê pensa.

— Não mesmo!

— Cê já sabia!? – Ele se espantou.

— Meio óbvio, não? Acha que não percebi que cê é encantado!?

— Pode té ser, mas não no sentido que cê pensa. – Ele sorriu de nervosismo.

— Que cê é, então?

— Lembra que te perguntei se cê tinha a opalácia no seu quintal?

— Sim! Que que tem?

— Ela é cultivada a várias gerações pela minha família e serve como remédio pra cicatrização instantânea de feridas, mas quando usada antes da transmutação, acaba causando miragens e confusão mental, por isso vi aquelas coisas estranhas.

— Derry, que parada é essa que cê tá falando? – Adie ficou temerosa.

— Quando o Deepak mandou mensagem saí com tanta pressa que esqueci que dia é hoje e porque não devia sair de casa. Daí a opalácia me cortou e me deu um branco total.

— Que que tem hoje?

— Já ouviu falar de sexta-feira 13?

— Sim, dizem que é um dia de zika.

— Isso! Só que ainda pior que sexta-feira 13 é sexta de Halloween…

— Derry, que cê tá falando? – Adie não estava entendendo, ele falava nada com nada.

— É que hoje é liberada uma energia bem ruim, ainda mais porque é lua cheia e… AAAH! – Ele gritou, de repente, fazendo Adie dar um pulo. – Que horas são?

— Três da madrugada.

— AAAAAAH! Sai daqui, Adie, foge!

Sem entender o que estava acontecendo e, porque não queria abandonar Derry daquele jeito – ele parecia bem perturbado, além de sentir bastante dor – ela ignorou os avisos.

“Será que é aquele bang que ele falou?”

Foi então que Adie teve a visão mais aterradora que qualquer um em sã consciência jamais podia imaginar – e se já era difícil pensar, pior falar sobre aquele coisa que Derry foi metamorfoseando.

Era algo tão horrendo, quanto asqueroso, pelos cobriam uma pele escura, enrugada, com costelas a mostra, nas patas unhas imensas, além de focinho grande, assim como as orelhas e olhos de fogo.

Dava nem pra definir direito aquilo, parecia uma mistura de cachorro, lobo ou chacal e as piores versões de ETs e gremlins – no estilo Spielberg – que Adie já tinha visto, mas a figura não era de todo estranha, lembrava alguém ou algo.

Foi quando a imagem de Anúbis se sobrepôs aquela visão terrífica e ela soube na hora que aquilo se tratava de um lobisomem – bem diferente do que vinha sendo retratado nas telas, com lobos fofos e bonitos, de olhos coloridos ou mais humanizados.

O susto foi tamanho que Adie paralisou, esquecendo até que era o cérebro que comandava o resto do corpo. Na hora que a criatura olhou na direção dela, aqueles olhos pareceram transpassá-la, assustada, ela se apoiou na porta que, como não tinha sido fechada direito, não aguentou o peso dela e abriu, fazendo-a tombar pra trás.

Instantaneamente, Adie saiu do transe e levantou, mas a garra do monstro atingiu-lhe as costas, atravessando a blusinha, deixando um imenso corte na pele, rapidamente ela virou, fechando com força a porta, fazendo o bicho soltar um uivo altissonante.

Saiu correndo

Correndo numa velocidade que nem sabia ter – além do fôlego – ela voltou pra rua, trancou o portão e fechou bem a porta, após entrar em casa. Estranhamente, os pais se encontravam dormindo com a TV ligada, então ela resolveu não incomodar e correu pro quarto, trancando bem a porta e janela, até as cortinas fechou, depois se jogou embaixo do edredom, cobrindo dos pés à cabeça, e ficou ali toda se tremendo, respirando baixinho, enquanto tentava dormir.

— Adie? – O som daquela voz lhe fez a espinha arrepiar, parecia que Derry estava ao lado de sua cama.

Com dificuldades ela abriu os olhos e viu a silhueta dele se aproximando cada vez mais, então aquilo puxou com tudo o edredom e ela berrou tão alto quanto pode. Quando percebeu tinha acabado de acordar berrando, na mais completa escuridão.

— Ufa! Só foi um sonho ruim. – Ela conseguiu se acalmar depois de quase acordar a vizinhança toda.

— TOQUE! TOQUE! TOQUE!

— Tudo bem aí, Adie?

— Aconteceu algo, filha?

— Tá sim, pai e mãe. – Ela gritou pra porta fechada.

Ao olhar a janela, um desconhecido vento abriu as cortinas e das trevas duas bolas de fogo surgiram, se movendo em zigue-zague, se aproximando rapidamente, quando estava perto demais deu pra ver que aquela coisa a tinha seguido até ali, então, um sorriso cruel, cercado de dentes pontiagudos se formou e aquilo apontou pra frente.

O gesto fez Adie lembrar que, na pressa de se proteger, esqueceu a janela do corredor aberta – como ela ia imaginar que aquilo tinha tanta destreza em escalar paredes?

Ao se dar conta que os pais estavam desprotegidos, um terror horrível se apossou dela, impedindo-a de se mover. Adie gritou pra avisar os pais, mas não saiu voz alguma, deu tempo apenas de escutar grunhidos e os berros deles, então tudo silenciou.

Ela tentou gritar até ficar sem ar, foi aí que acordou novamente, toda suada e com calafrios.

— Foi só sonho? – Os olhos, assustados, sondavam o quarto mergulhado em trevas.

De repente a porta do quarto se abre e a luz acende, cegando-lhe a visão.

— Adie, o Derry bebeu ontem?

— Ontem? – Ela ficou surpresa. – A gente só foi na esquina.

— Esquina? Vocês passaram o dia juntos.

— Ahh… sim, verdade! – Ela sorriu amarelo.

“Foi mesmo sonho, então!?”

— Ontem não, por quê? Ai! – Ela gemeu ao se levantar.

O pai continuou falando, mas ela não ouviu nada, toda atenção se votou pra cama suja de sangue, exatamente onde Adie esteve deitada. Ao passar a mão nas costas, onde deu a fisgada, sentiu um arranhão espesso doer, quando a olhou, os dedos estavam ensanguentados.

Ficou surpresa

“Foi verdade, então!?” – Ela fez uma cara que era um misto de surpresa com terror, enquanto a respiração começou a ficar entrecortada.

— Adie?

— Oi!? – Ela perguntou sobressaltada.

— Você ouviu o que o papai disse?

— Não!

— Você deve ter entrado em choque.

“Como assim? Será que o pai já sabe?” – Apenas imaginar a possibilidade a deixou ainda mais assustada.

— Sei que é difícil ouvir isso, mas o Derry faleceu.

— QUÊ!? – Ela berrou, esquecendo estar de madrugada. Ao olhar o relógio, ele marcava três horas.

— Ele sofreu um acidente, num cruzamento, enquanto retornava pra casa. Um caminhão desgovernado se chocou com ele, a batida foi tão feia que o carro ficou irreconhecível.

— Como assim!? – Tudo foi tão de repente que ela não conseguiu processar.

— A notícia acabou de passar no plantão do jornal.

— NÃAAAOOOO!


#proximaminisserie

Olhando a galeria de fotos, Jean se surpreende ao ver que haviam algumas que não lembrava, a garota ali estava tão linda e espontânea que a admiração que sentia só fez aumentar e ele começou a sentir umas coisas engraçadas.

Uma minissérie sobre descobertas e conquistas – ou pelo menos, tentativas – pra amantes de fotografia – ou apenas pra quem gosta de uma boa história – com dicas de como fazer fotos legais, melhores aplicativos e um final tão surpreendente, quanto aterrorador. Prepare o fôlego, porque Pose estreia semana que vem!

Ósculos e amplexos,

Receba histórias fresquinhas
Inscreva-se pra receber novas postagens assim que saírem do forno